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21 março 2007

A Polêmica do "Amores Expressos"

Para quem ainda não viu, o Sérgio Rodrigues, do blog Todoprosa, publicou uma nota sobre um projeto chamado "Amores Expressos". Daí a caixa de comentários virou um auê. A maioria metendo o pau no projeto. Tem de tudo: gente gorando o projeto, dizendo que escritor que é escritor escreve sem essa de escrever por encomenda e com prazo marcado(como se não fosse um trabalho, uma visão deveras romântica!), gente reclamando da seleção, que tem autores que nunca publicaram um romance (e daí? não reclamam que as grandes editoras não dão chance aos novos?), gente reclamando da postura da editora, que se reserva ao direito de aproveitar somente o trabalho que quiser (como se o projeto fosse somente o de publicação de livros, quem leu direito a nota, viu que não é) e gente reclamando do dinheiro público que está no meio. E aqui é que está o ponto principal, que realmente deve ser discutido.

Se houvesse realmente tantas pessoas assim preocupadas com o erário da viúva, nosso país não seria esta pachorra que aí vemos. O que acontece é que a maioria se diz indignada com o tal projeto e se esquecem do principal: existe uma LEI que permite isso. Eu, você, todo mundo pode bolar um projeto, correr atrás de um incentivo através desta lei e colocar a coisa pra funcionar se o projeto for aprovado. A lei foi criada, como se cria qualquer lei neste país. É uma vergonha esta lei? Então vão lá em quem manda e reclamem. E-mails de deputados e senadores podem ser encontrados facilmente, basta uma pesquisa no Google. Mas, uma pergunta: quantos dos tais indignados ao menos leram a lei Rouanet?

Agora, o engraçado é essa mania tola de insultar pessoas (chamaram os escritores selecionados de 'farristas', como se os guardiães da moral e boa ordem, se recebessem um convite semelhante, fizessem algo diferente) sem nem ao menos avaliar os benefícios: existe uma grande editora realizando um grande projeto com a LITERATURA no centro, botando também dinheiro dela, tudo isso neste país!!! "Mas ela só está interessada no lucro", pode você dizer. E daí? Não é o que busca qualquer empresa num regime capitalista? Mas o fato é que neste país é realmente muito difícil sobreviver de literatura, por vários motivos. O governo tem grande parte da responsabilidade, inclusive. Portanto, um incentivo fiscal que pode ajudar este setor cultural a se tornar um pouco menos horrível, já é algo bom. Não é perfeito, claro, mas já é muito melhor que nada.
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