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07 agosto 2006

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1 - Duas entrevistas que valem a pena:
Primeiro Ricardo Piglia fala sobre o leitor, assunto de seu novo livro "O Último Leitor".

"Como o senhor imagina o leitor de hoje?

PIGLIA: Por um lado lemos muito mais, a internet nos faz ler o tempo todo. A leitura (na internet) é uma forma de mediação particular na sociabilização de hoje, estamos muitas horas conectados e vendo circular textos. Isso iniciou um processo de modernização muito particular, ainda não sabemos muito bem o que fazer com tudo isso. Quando o livro apareceu foi a mesma coisa. Sempre existe a reação de setores que afirmam que a novidade vai arruinar a cultura e outros dizem que é a solução. Os apocalípticos e os integrados. Eu não sou apocalíptico. Acho que a literatura responde à lógica da paixão e a paixão não é algo que possa ser calculado como uma estatística. Não acredito que o presente seja sempre pior do que o passado."


Entrevista publicada no jornal "O Globo", que pode ser lida aqui.

No mesmo caderno d'O Globo, Mario de Carvalho fala sobre seu livro "Um deus passeando pela brisa da tarde".

"O livro, escrito em 1994, aborda uma civilização em crise às voltas com as invasões bárbaras e com o questionamento de crenças religiosas. Houve intenção de fazer um paralelo com a sociedade contemporânea?

CARVALHO: Impossível deixar de fazer comparações com os tempos presentes porque a natureza do homem é a mesma, e os grandes temas — o amor, o dinheiro, a morte, o poder — são os que ainda hoje nos motivam. Conflitos, guerras, jogos de poder e de interesses, mal-entendidos, erros de apreciação têm acompanhado estes escassos cinco mil anos de História. Até quando será assim? Não sei. Temos estado ferozmente, dramaticamente embutidos nisto a que se pode chamar "condição humana". As analogias que existem entre as várias épocas não as inventei. Elas lá estão, ainda a falar em nome das debilidades da construção humana, e a colocar-nos sistematicamente em frente do espelho."


A entrevista completa está aqui.

2 - No "El Pais" o assunto é o humor na literatura e como esta qualidade é, para muitos críticos, um defeito. Um trecho:

"A pesar de que la risa es un atributo exclusivamente humano, la literatura de humor nunca ha gozado de reconocimiento. La tragedia, aristocrática y cercana al poder, siempre se ha considerado de mayor altura que la comedia, irreverente y popular. Con todo, clásicos como Cervantes, Quevedo o Rabelais serían incomprensibles sin sus gotas de ironía."

Leia "La mala fama del buen humor" clicando aqui.

3 - Por último, mas não menos interessante, Joe Queenan, do New York Times, fala sobre o vício da leitura de vários livros ao mesmo tempo:

"I used to think that I kept stopping and starting books because I could never find the right one. Untrue. All these books are the right one. It’s the fact that all these books are generally so good that makes me stop reading them, as I am in no hurry to finish; the bad ones I whip through in a few hours. The problem is, there are just too many good books. Reading is like being in a candy shop, or the Frick: Just because you love the Rembrandts and the Van Dycks doesn’t mean you shouldn’t be tempted by the Titians and Bellinis."

O divertido texto "Why I Can’t Stop Starting Books" pode ser lido aqui.
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