A Colméia
Poucas pessoas que conheço leram "A Colméia", de Camilo José Cela. Janer Cristaldo, tradutor das obras "A Família de Pascual Duarte" e "Mazurca para dois Mortos", também de Cela, citou o fato de Cela ter sido soldado de Franco, talvez daí o desinteresse. Percebo outro ponto: nem sempre é fácil enxergar o quanto a obra é magnífica. Certos livros tem essa capacidade de serem vistos por muitos e enxergados por poucos. Por desconhecimento, a obra é constantemente simplificada e daí deixada de lado.
Pense o seguinte: o que faz um livro qualquer ser considerado bom? Para muitos, os personagens devem ser marcantes, para outros a história deve chamar a atenção, enquanto outros preferem ver um texto escrito num estilo diferente e criativo. Agora veja como é o livro: são vários personagens, a trama não tem uma história, mas sim vários pedaços de pequenas histórias, formando um mosaico para nos mostrar Madri após a Guerra Civil Espanhola. Também o estilo, embora criativo - aliás é impressionante a capacidade de criação linguística de Cela - não é daqueles que chamam atenção a ponto de se sobrepor às histórias. Reúna todos esses elementos e perceba que a probabilidade de se ter um livro ruim é muito grande. Mas mesmo com tudo contra, Cela conseguiu escrever uma obra-prima. Algumas pessoas param, lêem contracapas, folheiam algumas páginas, não sentem grande atração pela propaganda do livro e acabam levando outro.
Cela, para quem não conhece, tem uma prosa excepcional. A obra retrata uma época em que a Espanha vivia praticamente à margem dos acontecimentos mundiais, por causa dos seus próprios problemas. O pós guerra e as dificuldades causadas pela pobreza transformam os seres humanos, que lutam para sobreviver apesar da vida difícil. Mas lendo as contracapas, parece que o livro é só uma coletânea de histórias simples, sem qualquer sentido, onde o dia transcorre de forma comum, sem princípio ou fim. Aquele que não procura outras fontes para se informar, acaba perdendo a oportunidade de conhecer o belo livro.
Pense o seguinte: o que faz um livro qualquer ser considerado bom? Para muitos, os personagens devem ser marcantes, para outros a história deve chamar a atenção, enquanto outros preferem ver um texto escrito num estilo diferente e criativo. Agora veja como é o livro: são vários personagens, a trama não tem uma história, mas sim vários pedaços de pequenas histórias, formando um mosaico para nos mostrar Madri após a Guerra Civil Espanhola. Também o estilo, embora criativo - aliás é impressionante a capacidade de criação linguística de Cela - não é daqueles que chamam atenção a ponto de se sobrepor às histórias. Reúna todos esses elementos e perceba que a probabilidade de se ter um livro ruim é muito grande. Mas mesmo com tudo contra, Cela conseguiu escrever uma obra-prima. Algumas pessoas param, lêem contracapas, folheiam algumas páginas, não sentem grande atração pela propaganda do livro e acabam levando outro.
Cela, para quem não conhece, tem uma prosa excepcional. A obra retrata uma época em que a Espanha vivia praticamente à margem dos acontecimentos mundiais, por causa dos seus próprios problemas. O pós guerra e as dificuldades causadas pela pobreza transformam os seres humanos, que lutam para sobreviver apesar da vida difícil. Mas lendo as contracapas, parece que o livro é só uma coletânea de histórias simples, sem qualquer sentido, onde o dia transcorre de forma comum, sem princípio ou fim. Aquele que não procura outras fontes para se informar, acaba perdendo a oportunidade de conhecer o belo livro.
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