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16 junho 2006

Proteu e Hades

Capítulo 3: Proteu

Estamos em Sandymount Strand, são 11 horas. Stephen está andando pela praia, gastando tempo pois se encontrará com Mulligan no bar The Ship ao meio dia e meia. Ele pensa em visitar sua tia Sara e seu tio Richie Goulding. Boa parte do capítulo é uma descrição da visita que Stephen imagina, mas que não fará. Um fluxo de consciência que prova a qualidade do texto de James Joyce. Especialmente os dois primeiros parágrafos, dificílimos, apresentam um amontoado de pensamentos de Stephen, todos misturados. Stephen pensa sobre Aristóteles, que Dante chama de maestro di color che sanno ou mestre daqueles que conhecemos (na tradução de Houaiss, na 13 edição, o texto está na página 52). No segundo parágrafo, a palavra nacheinander se refere a objetos que são percebidos no tempo; nebeneinander a objetos que são percebidos no espaço. O paralelo com a Odisséia aqui é bem geral. No livro de Homero, Menelau diz a Telêmaco como ele deve agarrar Proteu, o deus do mar, para que ele ensine como transpor o mar até seu pai. Aqui, Joyce através do fluxo de consciência, mostra-nos as mudanças que ocorrem no interior de Stephen.

Capítulo 6: Hades

Também neste horário, Bloom se encontra fora da casa do falecido Paddy Dignam em Sandymount. Bloom entra numa carruagem que vai acompanhar o cortejo até o cemitério Glasnevin. Nela estão estão também Martin Cunningham, Power e Simon Dedalus, pai de Stephen. Na Odisséia, o herói Odisseu visita o Hades, o lugar dos mortos, que corresponde ao cemitério onde Dignam é enterrado. Neste capítulo Martin Cunningham é uma espécie de Sísifo, um símbolo grego para a futilidade. O padre Coffey, que conduz o funeral, é descrito de modo bem humorístico como um cão, num paralelo com Cerberos.
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