A Capacidade de nos Surpreender
Acordar com a 'pá virada' tem algumas vantagens. É muito bom entrar numa livraria escolher títulos excelentes, que são reconhecidos como clássicos, e ir para casa feliz da vida imaginando que você terá bons momentos pela frente. Mas nos dias em que você acorda com o 'pé esquerdo' você está cansado disso. Você não agüenta mais ouvir falar neste ou naquele livro e você quer ver algo novo, diferente. Daí você entra numa livraria e segue as prateleiras como um caça-talentos, quer arriscar encontrar um livro e lê-lo com o mínimo de referências. É como um experimento químico, onde muitas vezes você intui que certo elemento combinará com outro e produzirá algo útil. Você quer apanhar o livro e seguir seu instinto. Quer testar seu paladar literário para ver se você encontrará uma boa obra sem qualquer indicação.
Num desses dias de mau humor para com os clássicos, fui até a livraria e apanhei "Todas as Festas Felizes Demais" de Fábio Danesi Rossi. Apesar de conhecer e ler seu blog, não sabia nada mais sobre o livro. Logo de cara achei de bom gosto a capa: um fundo branco e a foto de um enorme cogumelo iluminado com uma 'alice' sentada em cima. O logotipo da editora "Barracuda" parece que estava sintonizado com minhas expectativas: um anzol me lembrando que eu estava ali para 'pescar' algo útil da pilha de ofertas. Capas ok? Sim, então vamos ler as orelhas... Quem escreve é o poeta Fabrício Carpinejar. Algumas palavras e expressões se destacam à medida que leio: narrativas hiperbólicas, humor negro, leveza, etc. Passo a folheá-lo, leio o título de cada um dos contos e por fim decido levá-lo.
O melhor elogio que acredito que uma obra possa receber é dizer que esta tem a capacidade de surpreender positivamente. Pois o livro, além de surpreender, supera qualquer expectativa. A primeira idéia que vem na mente é que o autor consegue de maneira perfeita colocar diversos sentimentos antagônicos num liquidificador e bater tudo de um modo singularmente criativo. Numa frase estamos rindo e na seguinte quase nos entregamos as lágrimas. Passamos o conto inteiro nos divertindo e de repente nos assustamos com a crueldade de uma situação. Tudo isso num ritmo agradável, com idéias ligadas e sem excessos. Os contos separados são bons, mas ao final quando reunimos todos num flashback, conseguimos ver uma obra bem superior à maioria das obras produzidas atualmente. Ao invés da sensação habitual que muitas obras deixam de 'eu já li algo assim', ao final o que sentimos é que lemos algo realmente criativo e novo.
Normalmente sou pouco exigente, dou tempo a um livro, se não me agrada um ou outro aspecto vou relevando, até que finalmente eu acabo, reúno todos os pontos e coloco tudo na balança, avaliando tudo que há de positivo e de negativo na obra. Mas quando entro numa livraria buscando ser surpreendido, transformo-me. nestas ocasiões sou um leitor ranzinza e se encontro um ponto negativo, exagero-o a ponto de esculhambar a obra. O livro do Fábio me pegou num dia assim e mesmo assim ainda não consegui achar nada que me fizesse dizer qualquer coisa contra ele. Parabéns, pois o livro realmente merece.
Num desses dias de mau humor para com os clássicos, fui até a livraria e apanhei "Todas as Festas Felizes Demais" de Fábio Danesi Rossi. Apesar de conhecer e ler seu blog, não sabia nada mais sobre o livro. Logo de cara achei de bom gosto a capa: um fundo branco e a foto de um enorme cogumelo iluminado com uma 'alice' sentada em cima. O logotipo da editora "Barracuda" parece que estava sintonizado com minhas expectativas: um anzol me lembrando que eu estava ali para 'pescar' algo útil da pilha de ofertas. Capas ok? Sim, então vamos ler as orelhas... Quem escreve é o poeta Fabrício Carpinejar. Algumas palavras e expressões se destacam à medida que leio: narrativas hiperbólicas, humor negro, leveza, etc. Passo a folheá-lo, leio o título de cada um dos contos e por fim decido levá-lo.
O melhor elogio que acredito que uma obra possa receber é dizer que esta tem a capacidade de surpreender positivamente. Pois o livro, além de surpreender, supera qualquer expectativa. A primeira idéia que vem na mente é que o autor consegue de maneira perfeita colocar diversos sentimentos antagônicos num liquidificador e bater tudo de um modo singularmente criativo. Numa frase estamos rindo e na seguinte quase nos entregamos as lágrimas. Passamos o conto inteiro nos divertindo e de repente nos assustamos com a crueldade de uma situação. Tudo isso num ritmo agradável, com idéias ligadas e sem excessos. Os contos separados são bons, mas ao final quando reunimos todos num flashback, conseguimos ver uma obra bem superior à maioria das obras produzidas atualmente. Ao invés da sensação habitual que muitas obras deixam de 'eu já li algo assim', ao final o que sentimos é que lemos algo realmente criativo e novo.
Normalmente sou pouco exigente, dou tempo a um livro, se não me agrada um ou outro aspecto vou relevando, até que finalmente eu acabo, reúno todos os pontos e coloco tudo na balança, avaliando tudo que há de positivo e de negativo na obra. Mas quando entro numa livraria buscando ser surpreendido, transformo-me. nestas ocasiões sou um leitor ranzinza e se encontro um ponto negativo, exagero-o a ponto de esculhambar a obra. O livro do Fábio me pegou num dia assim e mesmo assim ainda não consegui achar nada que me fizesse dizer qualquer coisa contra ele. Parabéns, pois o livro realmente merece.
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