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29 novembro 2005

Amilcar Bettega Barbosa Ganha o Portugal Telecom 2005

Saiu a lista de vencedores do Portugal Telecom. O vencedor foi o gaúcho Amilcar Bettega Barbosa, com o livro de contos "Os Lados do Círculo". Silviano Santiago com "O Falso Mentiroso" ficou em segundo lugar e "Histórias Mirabolantes de Amores Clandestinos" de Edgard Telles Ribeiro ficou em terceiro. Via Marcelino Freire.

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27 novembro 2005

Nova Fronteira 40 Anos

Carlos Augusto Lacerda fala sobre os 40 anos da editora Nova Fronteira. Uma grande coleção vem poraí. No "Prosa & Verso" do jornal "O Globo".

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22 novembro 2005

'Não-Romances' Sugeridos

Depois de algum tempo sem atualizar a lista de livros recomendados ao lado, resolvi colocar três sugestões de 'não-romances' que foram colocadas à venda recentemente. O livro do Gibbon é um clássico, daqueles que deveriam estar nas mesas de todos os alunos de história deste país. O livro do Bunker é uma autobiografia espetacular, mas depois falarei dele. Já a obra de Beckett não é preciso dizer mais nada do que já disse aqui antes. Para quem não leu qualquer um dos três, clique na capa ao lado, lance mão da pizza do fim de semana e compre logo o seu.

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17 novembro 2005

O Nome da Cousa

A Fal manda avisar que o livro novo já está disponível em pré-venda:
"O Nome da Cousa", custará 25 reais na pré-venda. É só escrever para "livronovodafal arrôba gmail ponto com" dizendo quantos você irá encomendar.

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10 novembro 2005

A Verdade (de Mentirinha, Claro!) Sobre os Bebês

Pense em todos os títulos de livros "Alguma Coisa de A a Z". Pode ser que o que lhe vem à mente são uma série de manuais estúpidos, escritos dum modo que é quase impossível a um leitor chegar ao seu final. Por isso, a primeira advertência que deve ser feita à respeito de "A Verdade Sobre os Bebês de A a Z" de Ian Sansom, é para não se enganarem com seu título. Digo isso porque inadvertidamente um leitor poderia supor que se trata de um livrinho chato de um pediatra qualquer, contendo informações sobre o que se deve saber antes do nascimento de seus filhos. E o livro de Sansom está muito longe de ser chato. A começar pelo seu visual, uma belíssima capa, que inclusive ficou entre os dez finalistas do prêmio Jabuti na categoria. Ao folhear o livro, encontramos uma série de verbetes, sobre assuntos diversos, que foram registrados pelo autor durante o primeiro ano de vida de seu filho, em pequenos pedaços de papel, guardados dentro duma caixa de sapatos.


"A Verdade Sobre os Bebês de A a Z" é um livro de reflexões sobre os fatos que permeiam a vida por ocasião do nascimento de um bebê. Citações de grandes autores, como Vladimir Nabokov, George Orwell, Samuel Beckett, Thomas Mann, Edgar Allan Poe, D. H. Lawrence, Shakespeare e outros, se espalham pelo texto, relacionando-se com cada tópico. Sansom é uma amante da literatura, inclusive escrevendo sobre literatura no London Review of Book, e talvez tenha tido a intenção de fazer com que os grandes escritores de todos os tempos falassem ao grande personagem de sua vida, o bebê. Alguns comentários são atrativamente filosóficos - algo como os aforismos de Wittgenstein sem a parte chata. Por exemplo, em certo trecho o autor afirma:
"Ter um bebê é ser como Jonas: estar vivo, mas, de algum modo, ser também vomitado de volta à vida."

No tópico "Crescimento", ele pergunta:
"Quando pedregulhos se tornam pedra?
Quando pedras se tornam rocha?"


Em outros trechos, o autor explicita um amor paterno que é, ao mesmo tempo, comovente e divertido:
"Numa fralda de linho você parece clássico, majestoso, egípcio."

E o que não falta no livro são as descobertas que servem como conselhos para os mais corajosos que realmente desejam embarcar nesta deliciosa (e muitas vezes árdua) jornada que é ter um filho. A experiência recém-adquirida do autor lhe permite afirmar, por exemplo, que macacões são roupas de trabalho feitas para os adultos e que, portanto, não servem muito bem aos bebês de menos de seis meses. Enfim, o livro é uma valiosa coleção de frases filosóficas, irônicas, amorosas, mas sobretudo perspicazes.

O único defeito do livro parece ser algo inevitável: com a tradução para o português os verbetes originais são embaralhados e lemos numa ordem diferente do que foi escrito originalmente. Assim, embora os verbetes possam ser lidos de forma independente, surge a curiosidade de saber como a obra foi organizada no idioma original. Mas é um defeito que, como dito antes, parece ser inevitável já que os verbetes estão alfabeticamente ordenados, e de nenhum modo confunde ou causa estranhamento ao leitor.

Embora a tal 'verdade' dita no título seja apenas uma ironia e revelações grandiosos sobre como criar filhos não são esboçadas, "A Verdade Sobre os Bebês de A a Z" abre nossos olhos para algo que anda um pouco fora de moda: o extraordinário mundo transformado por uma nova vida. A beleza da vida de verdade.

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09 novembro 2005

Devaneios Sobre Mapas e Literatura

Dirigir por este país se tornou algo bastante fácil para quem possui um guia rodoviário. Não importa em que fim de mundo você planeja parar, o mapa sempre aponta o caminho. Procurando pelo nome da cidade, encontramos referências à respeito de pousadas e restaurantes, e em alguns casos, ótimas dicas de passeio. Tudo o que um viajante precisa, dum modo organizado. Num outro oposto, quase toda empresa séria possui um site e possui também, dentro dele, um link para o que chamam de 'mapa do site'. Geralmente é uma página absurdamente inútil que (no melhor dos casos) lista os mesmos links que podem ser consultados no menu existente no site. A preocupação de reorganizar as informações, tendo como ponto de vista a necessidade do usuário que acessa o site, é quase inexistente neste mundo virtual. Estes exemplos mostram uma verdade óbvia: informações organizadas valem muito. Prova disso é que o "Guia Quatro Rodas" é um best-seller presente na maioria dos porta-luvas. Quer outra prova? É realmente muito difícil encontrar algum internauta que tenha por costume acessar os tais 'mapas do site' de locais que visitam, mesmo que, vez por outra, tenham necessitado de alguma informação que não encontraram.

Minha intuição me diz que se as editoras dum modo geral percebessem o quanto isso é verdade, já teriam desenvolvido um produto assim para nós leitores. Já perceberam como é difícil encontrar um livro de que precisa, não sabendo exatamente qual é? Por que nenhuma editora pensou ainda em desenvolver um mapa confiável de literatura para nós leitores?

Não sei se já ocorreu com vocês, mas ocorre frequentemente comigo: quero ler um bom romance sobre, digamos, a Guerra Civil Espanhola. Não posso ir a uma livraria e simplesmente perguntar: "Olá, você tem algum romance cujo cenário é a Guerra Civil Espanhola?". Os vendedores de livraria, quando muito, sabem que "Raízes do Brasil" não é um livro sobre plantas. A única forma segura de obter a informação é perguntar a algum conhecido que tenha lido um livro assim e ele fazer a indicação. Outra forma que pode funcionar também é fazer uma busca pela internet, embora aposto que a grande maioria das referências apontarão para livros de História e não livros de ficção. Se você não tiver problema algum com o idioma, através da Amazon você poderá procurar e ler algumas páginas de livros para se decidir se vai valer a pena ou não comprá-lo.

Mas imagine que houvesse um guia com informações sobre as obras publicadas pelas editoras brasileiras. As obras poderiam ser relacionadas por assunto, ou escritor, ou época, etc. Após o título, uma sinopse breve, algumas informações relevantes (nome do escritor, editora, ano de publicação, etc.). E quem sabe uma cotação da obra, segundo algum critério - mas (claro) nada daqueles comentários inúteis que vemos em lojas virtuais. Enfim, algo como um "Leonard Maltin's Movie Guide", que descrevesse, ao invés de filmes, livros.

Talvez você possa estar pensando que, com a popularização da Internet, um guia assim é algo completamente desnecessário, um produto comercialmente inviável. De fato, pode ser que eu seja o único leitor que sentiria necessidade de comprar algo assim. Mas existem mil e uma idéias sobre como tornar as informações atraentes para um público maior. Por exemplo, poderia se escolher uma autoridade no assunto para escrever as resenhas. Ou ainda apresentar fotos exclusivas de algumas obras-primas. Enfim, as possibilidade são inúmeras. Não conheço nenhum guia brasileiro assim, não sei o motivo deles não existirem. Pode ser que eu esteja realmente errado, mas, sob meu ponto de vista, esta parece ser uma boa idéia.

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08 novembro 2005

Morre o Escritor John Fowles

Morreu dia 05, John Fowles, escritor britânico, autor de "A Mulher do Tenente Francês" e "The Magus". Não havia lido em lugar algum à respeito, se não fosse o Alex Castro, não iria nem ficar sabendo. A notícia pode ser lida aqui ou aqui, em inglês porque em português nem os livros dele são facilmente encontrados.

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04 novembro 2005

Pessoas Conversam Pouco Sobre Literatura. Por Quê?

Pessoas conversam pouco sobre literatura não porque lêem pouco, mas porque há muito ainda para se ler. Não importa o quanto você já tenha lido, sempre existirá alguma grande obra que estará esperando ser lida. Você sempre corre o risco de ser perguntado se leu um grande autor, que qualquer leitor deveria ler, e ter que responder, meio sem graça, que este ainda está na fila de futuras leituras. Pior: surge o nome de um autor o qual você nunca ouviu falar, mas que pelo rumo que a conversa vai tomando, você percebe que é uma falta mortal não saber nada a respeito do tal autor. Você, que leu centenas ou milhares de livros, deveria saber quem é o dito cujo.

Também, diferente de um texto escrito, em que você pode ir até o livro e conferir se sua citação está correta ou recorrer ao Google para buscar o que você quer, quando você conversa cara a cara com alguém e ocorre um lapso a sensação que fica é que você é um ignorante no assunto, um embusteiro que tenta falar daquilo que não conhece. Como a maioria dos leitores de literatura se sentem mal por passar esta imagem, preferem ficar calados. O pior pesadelo de uma conversa de literatura é estar sentado numa mesa de bar, falando entusiasticamente sobre Gógol e repentinamente ser corrigido por alguém que afirma que na verdade você deveria estar se referindo a Górki. Pronto, aí você nota o engano e seu entusiasmo arrefece. Fim do primeiro ato.

Há ainda aqueles que se sentem ofendidos quando o assunto segue este rumo. Olham com desprezo para você, que cita uma obra literária qualquer 'só pra se mostrar'. Estes são como vidro, devem ser tratados com cuidado. Numa conversa pode-se falar sobre política - esteja você interessado ou não -, porque política é um assunto que 'todos devem debater'. Pode-se falar sobre religião - seja você religioso ou não -, porque o 'importante é a fé' e 'todos os caminhos levam ao mesmo lugar' e também pode-se falar sobre (principalmente) futebol - mesmo se você não consegue nem mesmo citar a escalação da seleção brasileira campeã do penta -, afinal 'este é o país do futebol'. Mas literatura é algo para sub-intelectuais metidos, enciclopédias ambulantes chatas. Além do mais, literatura não serve para nada.

O mais simples, no entanto, seria dizer que pessoas não conversam sobre literatura, porque somente conversam sobre aquilo que lhes interessa.

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Sísifo Saramago

"'Intermitências da Morte' é o atestado de óbito literário de José Saramago...Talvez o romance tenha sido escrito neste tom de “não há novidades” de modo proposital: a morte da literatura do Nobel ausentou-se e ele, autor condenado a escrever eternamente para contentar um público ávido de repetições, acaba por reescrever incansavelmente as mesmas coisas, as mesmas, as mesmas."

Fábio Ulanin a respeito do novo lançamento de Saramago. Dica do Zadig.

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03 novembro 2005

Até Onde Vai A Paciência de um Leitor?

Iniciei a leitura de um livro que me foi fortemente recomendado, "O Tambor", que segundo muitos, é a grande obra-prima de Günter Grass. Estou finalizando o primeiro livro da obra (que é dividida em três livros) e a sensação é de grande decepção. Já são quase 250 páginas e a sensação é de o livro ainda não disse a que veio. Frequentemente presente nas listas de melhores de todos os tempos, o livro parece um imenso 'queria ser isso mas sou aquilo'. O autor conta a história de Oskar, um personagem que aos três anos resolveu parar de crescer e faz diversas referências à Alemanha nazista. A proposta parece ser excelente, mas a execução até agora não me chamou atenção. Grass boa parte do tempo tenta ser engraçado, mas a sensação é que estamos vendo um daqueles programas em que o personagem diz algo absolutamente sem graça e escutamos o riso de uma platéia invisível que nos convida a rirmos também. Grass também tenta criar absurdos, mas o que consegue é descrever eventos estranhos. Estranhos e muitas vezes chatos, como a capacidade do pequeno Oskar de quebrar vidros com sua voz. Por fim, as referências à Alemanha nazista, o ponto que a maior parte dos críticos chamam à atenção e apontam como o ponto alto da obra, para mim passam despercebidas. Não tenho um conhecimento tão grande assim da Alemanha e dos eventos que geraram o Holocausto, por isso reconheço somente os nomes mais óbvios: Hitler, Goebbels ou a organização "A Força Pela Alegria". Com isso, perco grande parte do atrativo da obra.


O mais estranho é que apesar de tudo o que eu vejo de ruim na obra até agora, continuo a leitura do livro e possivelmente não irei abandoná-lo. E vocês sabem por quê? Nem eu. Engraçado, mas certos livros possuem esta extranha capacidade de esticar a paciência do leitor até um limite inimaginável. Existem livros que são abandonados já na primeira página, enquanto outros nunca o são, apesar de haver lógica alguma nisso. Simplesmente continuamos a ler. Não confundam, não estou dizendo aqui que realmente existe algum motivo, já que não sou daqueles que 'lêem somente para criticar depois'. Leio o que quero e o que não quero não leio. Não sinto vergonha alguma em dizer que abandonei, por exemplo, "Lord Jim" após umas cem páginas e, a menos que seja obrigado pelo cruel destino de leitor, nunca mais retornarei a ele. Existem livros que não nos agradam e imediatamente jogamos pela janela, enquanto outros parecem o tempo todo prometer algo diferente apesar de sabermos que a certa altura, o 'algo diferente' muito provavelmente não existe. Mas, até certo ponto, paciência não é isso? Uma conformidade, que nos faz suportes certos incômodos sem nos queixar?

Em meu estado normal, creio que sou capaz de suportar cinqüenta páginas até começar a desconfiar que um livro não irá me agradar. Mas essa regra é burlada diversas vezes e por vários motivos. Minha paciência é algo completamente aleatória. Já chutei pra longe alguns livros logo na introdução, enquanto outros são como troféus que, contrariando toda a lógica, foram lidos até o fim. Por isso caro leitor, caso você tenha abandonado algum texto recomendadíssimo e elogiadíssimo não é preciso se martirizar: paciência (e a falta dela) são características de todo leitor. E para aqueles que dizem "Nossa, você não leu este livro até o fim? Mas por quê? Não é possível!", saiba que é bem possível encontrar algum livro, ao longo da grande jornada do leitor, que poderá ser tão exasperador, que sua reação será a mesma reação que você tanto critica. E sempre haverá alguém para te jogar estas mesmas palavras na cara.

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Cosac & Naify Relança Obra-prima de Samuel Beckett

O ano é mesmo do teatro: a Cosac & Naify está relançando a obra-prima de Samuel Beckett, a peça "Esperando Godot", numa nova tradução, de Fábio de Souza Andrade. Conforme já disse, não entendo praticamente nada de teatro, mas posso com orgulho dizer que tenho esta peça, daquela coleção da Abril de grandes dramaturgos. Seria a melhor peça que já li se o maldito Beckett não tivesse escrito também "Dias Felizes" e "Fim de Partida", então fico na dúvida sobre qual delas é melhor. A edição está tão linda que vou ter que quebrar meu cartão de crédito para não comprá-la.

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