Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

31 maio 2006

Clube de Leituras do Idelber

O Idelber Avelar, do blog "O Biscoito Fino e a Massa", está promovendo um Clube de Leituras. No dia 8 de junho começam as discussões sobre a obra "Duas Vezes Junho" de Martín Kohan, escritor argentino. O livro foi traduzido pelo Marcelo Barbão do blog "Cadernos de Escritura" e lançado pela editora Amauta. Idelber já prometeu uma entrevista com o escritor que será publicada durante a discussão. Provavelmente ficarei fora da primeira rodada mas para julho o assunto vai ser "Grande Sertão: Veredas" e essa discussão não perco. Quem quiser, já pode começar as leituras.






Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

Paul Auster ganha Príncipe de Astúrias das Letras

"O escritor norte-americano Paul Auster foi premiado com o Príncipe de Astúrias das Letras 2006, segundo anunciou nesta quarta-feira o júri reunido em Oviedo. A honraria é uma das mais importantes da literatura.

O romancista nova-iorquino é autor de "Leviatã" e "A Noite do Oráculo", entre outras obras.

No ano passado, a escritora brasileira Nélida Piñón foi a vencedora do prêmio."


Notícia do "Globo". Clique aqui para ler.

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

22 maio 2006

O Que Dizem Por Aí é o Que eu Digo Aqui

"Daniel Galera não retira os pontos e parágrafos do seu texto e também não começa frases com letras minúsculas, todos ingredientes vistos ultimamente como “inovações formais” de resultado bastante duvidoso."

André Luis Mansur, no caderno Prosa e Verso do jornal "O Globo" (leia aqui) sobre o novo livro do Galera.

"Parágrafos que começam sem a primeira letra maiúscula, paredes de texto inteiras sem qualquer pontuação, frases emendadas umas às outras, enfim, textos que dão uma impressão de que o autor está resmungando do outro lado: "O texto é meu e faço dele o que eu quero"."

Texto que escrevi no ano passado (clique aqui para lê-lo), criticando esta mania terrível da modernidade de violar a linguagem sem nenhum objetivo. Parece que não sou apenas eu que vejo isso. Que bom.

Aliás, eu quero o novo livro do Galera.

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

17 maio 2006

Seminário Internacional sobre Guimarães Rosa

Será realizado em Belo Horizonte entre os dias 22 e 25 de maio, um Seminário Internacional 50º de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, organizado pela Profa. Dra. Marli Fantini Sarpelli, atual premiada com o prêmio Jabuti na categoria Teoria e Crítica Literária por sua obra "Guimarões Rosa - Fronteiras, Margens, Passagens". As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na secretaria do POSLIT/UFMG (http://www.letras.ufmg.br/poslit)
Faculdade de Letras da UFMG – SALA 4019 – telefone: 3499-5112.
A programação segue abaixo:

SEMINÁRIO INTERNACIONAL 50º DE GRANDE SERTÃO: VEREDAS, DE GUIMARÃES ROSA
Belo Horizonte, 22 a 25 de maio de 2006

DIA 22 de maio Palácio das Artes
19:00 h

ABERTURA:
Dra. Eleonora Santa Rosa - Secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais

Mesa redonda: O universo de Rosa

Coordenação:
Profa. Dra. Marli Fantini Sarpelli (UFMG)

Palestrantes:
Profa. Dra. Walnice G. Nogueira (USP)
Prof. Dr. Eduardo Coutinho (UFRJ)
Prof. Dr. Ettore Finazzi Àgro (Un.de Roma)
Profa. Dra. Heloísa Starling (UFMG)


20:30 h

Mesa redonda: Deus e o diabo, mulheres e viagens em Rosa

Coordenação:
Prof. Dr. Wander Melo Miranda (UFMG)

Palestrantes:
Dr. José Mindlim (Biblioteca)
Prof. Dr. João Adolfo Hansen (USP)
Profa. Dra. Kathrin Rosenfield (UFRGS)
Profa. Dra. Sandra G. Vasconcelos (USP)

Dia 23 de maio Palácio das Artes
19:00 h

Mesa redonda: Em torno do sertão de Guimarães Rosa

Coordenação:
Profa. Dra. Eneida Maria de Souza

Palestrantes:
Profa. Cleusa Rios (USP)
Profa. Dra. Lélia Parreira Duarte (PUC Minas)
Profa. Dra. Márcia M. de Morais (PUC Minas)
Profa. Dra. Maria Célia Leonel (UNESP)
Profa. Dra. Marli Fantini Scarpelli (UFMG)

20:30 h

Mesa redonda: A voz e a letra em Guimarães Rosa

Coordenação:
Profa. Dra. Salete de Almeida Cara (USP)

Palestrantes:
Profa. Dra. Ângela Vaz Leão (PUC Minas)
Prof. Dr. Benjamin Abdala Junior (USP)
Profa. Dra. Elza Mine (USP) e
Profa. Dra. Maria Neuma Cavalcante (UFC)
Prof. Dr. Luiz Roncari (USP)

Dia 24 de maio Palácio das Artes
19:00 h

Mesa redonda: Acervo, diário, cadernetas de notas, edição crítica de Guimarães Rosa

Coordenação: Profa. Dra. Haydée R. Coelho (UFMG)

Palestrantes:
Prof. Dr. Dieter Heidemann (IEB-USP)
Prof. Dr. Georg Otte (UFMG)
Profa. Dra. Maria Luíza Ramos (UFMG)


20:00 h

Mesa redonda: Guimarães Rosa: museu, história e estórias

Coordenação: Profa. Dra. Constância Lima Duarte (UFMG)

Convidados: Dra. Silvana Sousa do Nascimento + Calina Guimarães + Dôra Guimarães e Elisa Almeida + Maria de Fátima Coelho + Ronaldo Alves + Solange Agripa Trombini + José Oswaldo dos Santos & contadores de estórias Grupo Miguilim : Magna Martins + Tiago + Fábio


21:00 h

Espetáculo

Coordenação: Dra. Camila de Castro Diniz Ferreira

"Diadorim no sirgo fio dessas recordações": passagens e falas de Riobaldo e Diadorim, em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, com Dôra Guimarães + Elisa Almeida, do Grupo TUDO ERA UMA VEZ + Marily Bezerra = Direção do espetáculo

Dia 25 de maio FALE-UFMG
19:00 h

PALESTRA:
Profa. Dra. Marli Fantini Scarpelli (UFMG)

Grupo Miguilim de contadores de estórias: Magna, Fábio, Tiago

Auditório : 1007


Informações e inscrições na secretaria do POSLIT/UFMG (http://www.letras.ufmg.br/poslit)
Faculdade de Letras da UFMG – SALA 4019 – telefone: 3499-5112

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

16 maio 2006

Benjamin e o Conceito de Aura

Walter Benjamin é um pensador cujos textos são frequentemente citados, especialmente nos cursos de Letras. Apesar de sua ligação com a Escola de Frankfurt, sua amizade com Theodor Adorno e de ser classificado como um crítico literário marxista, o pensamento de Benjamin não se reduz às suas opiniões de esquerda - por vezes criticadas nos outros pensadores da Escola. Suas idéias apresentam uma complexidade interessante e são discutidas mesmo por aqueles que não gostam da crítica marxista.

Um exemplo disso é o livro "Aura A Crise da Arte em Walter Benajmin", onde a autora, Taisa Helena Pascale Palhares, dedica-se a leitura de vários textos de Walter Benjamin somente para tentar decifrar o que o filósofo quer dizer quando utiliza o conceito de aura em suas obras. O resultado é um trabalho meticuloso, esclarecedor e, o mais importante, sem aquela verborragia característica de estudiosos que se denominam 'especialistas', que constrói uma imagem de entendedor de algo incompreensível. A autora, através de um raciocínio claro, leva-nos a entender as várias referências ao conceito, explicando-nos detalhadamente a construção do sentido do termo. Com isso, ao final da leitura, sentimo-nos melhor informados e com aquele desejo de também nos debruçarmos sobre os textos de Benjamin com uma nova perspectiva em mente. Por tratar de modo objetivo o conceito de aura, o livro é interessante não somente aos leitores das obras de Benjamin mas também aos que desejam começar a entender seu pensamento. Ou, para resumir tudo, um livro bastante recomendado.

***


Para conhecer mais o filósofo, recomendo a leitura do ensaio "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica" (texto que pode ser lido em inglês aqui).

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

15 maio 2006

Dois Links

No Valor Econômico, José Castello faz um resumão da literatura brasileira contemporânea, tentando traçar linhas e caminhos que os autores atuais estão percorrendo. Apesar de contestar algumas classificações feitas, não deixa de ser um texto bem informativo. Leia "À espera da peneira do tempo" clicando aqui.

***

O jornal The New York Times fez uma lista dos melhores livros de ficção americana dos últimos 25 anos. Alguns nomes previsíveis: Philip Roth, Don DeLillo, Cormac McCarthy e John Updike. Para mim, a maior surpresa foi o primeiro lugar: "Amada" de Toni Morrison. A surpresa nada tem a ver com a qualidade da obra - que ainda não posso avaliar -, mas por se tratar de uma escritora negra. Se tratando de um país onde os problemas raciais são evidentes, isso representa uma escolha maravilhosa. Eu mesmo já passei por ele várias vezes em sebos mas nunca cheguei a lê-lo, mas desde já vou anotá-lo para a lista de leituras futuras. Leia o artigo e veja a lista clicando aqui.

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

12 maio 2006

Editoras e Comunidades

No post anterior, o Cláudio me perguntou nos comentários:
"Não necessariamente auto-ajuda, mas qualquer leitura mais fácil (em especial de ficção, como por exemplo Dan Brown, Sidney Sheldon, Ken Follett, etc) não poderia em alguns casos servir como um trampolim para futuros vôos mais longos, principalmente entre os mais jovens? Não poderia essa literatura mais "pobre" despertar em algumas pessoas (repito: principalmente jovens) o prazer de ler?"

A resposta que dei transcrevo abaixo:
"Bem, quanto a questão da aproximação de leitores através de livros fáceis, não conheço nenhuma pesquisa a respeito do assunto, por isso o que vou dizer é apenas uma impressão pessoal. Normalmente parece que o leitor toma contato com o livro através de vários caminhos: leituras infantis, livros policiais, best-sellers e também auto-ajuda. O fato de muitos leitores começarem por livros de ficção best-sellers ou auto-ajuda é grandemente comercial, o acesso ao livro é facilitado pela propaganda que se faz para vendê-lo. Pelo que percebo, poucos notam, à medida que lêem mais best-sellers, que este é apenas um modo de leitura e começam a evoluir para outros sem um envolvimento numa comunidade. A comunidade - pessoas com as quais o leitor se relaciona e que sugerem leituras mais 'difíceis' - é que disseminam os novos horizontes literários para o leitor não muito experiente. Nem mesmo a escola, que deveria em parte cumprir com esse papel, parece fazê-lo bem. Por causa disso é que não é incomum ouvirmos comentários de ex-alunos que reclamam das leituras obrigatórios de clássicos brasileiros, uma mostra de que há algo errado. Leituras mais fáceis servem para uma série de coisas - inclusive divertir - mais desconfio bastante quando vejo pessoas afirmarem que somente tais leituras aproximam o leitor de livros mais relevantes. Inclusive esta é a lógica do mercado: vender mais livros, independente da qualidade destes."

Na resposta falei sobre a questão da comunidade, que no meu ponto de vista é o que mais influencia o leitor a ler aquilo que não está em constante exposição. Não é difícil imaginar que a Internet é o meio mais adequado hoje para isso. No entanto, navegando pelos sites das principais editoras do Brasil, o que se percebe na maior parte das vezes é uma miopia incrível para com o potencial deste meio. Algumas das principais editoras do país tem um site terrível, para dizer o mínimo. Em primeiro lugar, fundamentalmente, a editora deveria fornecer informações sobre futuros lançamentos, informações sobre suas obras já lançadas (informações sobre o autor, tradutor, a obra, reportagens, críticas, etc.) e quem sabe até um panorama do mercado literário brasileiro. Ao invés disso o que vemos na maior parte das vezes são editoras que lançam livros e quando entramos no site não encontramos nenhuma informação sobre ele. Depois, espera-se que o site seja uma extensão do atendimento prestado pela editora aos seus leitores. Sendo assim, um endereço de e-mail (preferencialmente) ou um telefone para contato devem estar disponíveis dum modo fácil para o leitor. Novamente, o que vemos é que muitas nem se dão ao trabalho de fazer isso e outras disponibilizam um endereço de e-mail, mas quando questionamentos são enviados por esse meio, não se obtém nenhuma resposta.

Os dois itens acima são os itens básicos e se nem estes são observados na maioria das vezes, que dizer de outros que servirão para evolução do modelo de comunidade que a Internet proporciona? Esta evolução seria a criação de um grupo de leitores em torno da marca da editora. Grupos de discussão, blogs de autores da editora, clube de leituras, lançamentos, promoções, enfim, vejo uma infinidade de oportunidades que o site da editora poderia explorar e que não está sendo feito por aqui. Não creio que falte dinheiro para isso, creio que falta visão para reconhecer na Internet um novo modelo de negócio. Por isso, toda vez que eu vejo alguém do ramo reclamar que vender livros é um mau negócio no Brasil, fico me perguntando até que ponto estas pessoas percebem as mudanças que ocorrem no nosso mundo.

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

10 maio 2006

O Ato de Ler

"Chega desse discurso de que ler é algo im-por-tan-te, obrigatório, em vez de um entretenimento que não se esgota ao fim do ingresso. Leia o tempo todo, no metrô, na sala de espera do dentista, no banheiro – último castelo do homem, segundo Millôr Fernandes – ou antes de dormir, depois que as crianças se aquietaram. Meia hora aqui, meia hora ali, e numa semana você pode ter visitado séculos, países e pensamentos diversos."

Belo texto de Daniel Piza. Leia "O ler e o tempo" clicando aqui.

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

09 maio 2006

Auto-ajuda e Leitores

O sucesso do chamado mercado de auto-ajuda reflete bem uma característica marcante do leitor brasileiro: a necessidade de efeitos imediatos. Vendo isso, o diagnóstico claro é que o brasileiro lê mal. Sem discutir a qualidade medíocre dos conselhos que a maioria desses livros traz, o que notamos que existe em comum entre todos eles é a capacidade que o leitor tem de, ao virar a última página, notar-se revestido de uma suposta sabedoria imediata. O leitor se sente mais sábio e por isso compra livros de auto-ajuda. Não há necessidade alguma de meditação ou avaliação dos conselhos, é preciso apenas admitir que tais conselhos são verdadeiros e úteis, revestir-se de auto-confiança e dizer para si mesmo "sou capaz de tudo". O que antes era conseguido à custa de bastante tempo - leitura de vários livros, debates, meditação e experiência pessoal - hoje é prometido em sessenta minutos ou menos. O resultado é um mercado cada vez mais lucrativo e uma população cada vez menos instruída.

É possível que o sucesso do mercado de auto-ajuda seja apenas um reflexo de um problema pior: a falta de utilização de recursos mais avançados da linguagem. A maior parte dos leitores esperam que a linguagem tenha capacidade apenas objetiva. Quando o leitor encontra num texto qualquer a palavra 'casa' ele espera apenas que esta tenha o significado habitual de uma edificação com portas e janelas. Metáforas, metonímias, paranomásias, ironias e outros recursos não são recomendados, correndo-se o risco do texto ser classificado como incompreensível. No máximo, uma histórinha bobinha de ratos em busca de queijos, mas onde a comparação seja explicitada e explicada de forma 'inteligente'. Num mundo onde a pessoa está acostumada a receber conteúdos já decodificados através da televisão, passar ao leitor a responsabilidade de interpretação da linguagem parece ser algo bastante ultrapassado. Afinal, para que decifrar conteúdos se a sabedoria pode ser conseguida comprando-se o livro da prateleira ao lado?

Com isso em mente, é fácil perceber porque quase não existe debates profundos sobre literatura em meios mais 'populares'. A maioria dos leitores não está habilitado a encontrar significado naquilo que não está explicitado do modo mais óbvio. Se, por engano, o leitor se vê com um livro mais 'complicado' nas mãos, sua reação é simplesmente dizer que não gostou dele. E na maioria das vezes quando perguntado sobre o porquê de não ter gostado ele diz simplesmente que não entendeu nada. É a reação mais natural de um país cujo sistema educacional de ensino fundamental não tem qualquer preocupação em estimular seus alunos à pesquisa. Daí, ao invés de tentarem procurar o significado daquilo que não entendeu, o leitor apenas passa a outro livro mais 'fácil'. Nunca lhes vêm à mente que o problema pode ser ele mesmo. Prefere achar que o autor é ruim, quando não encontra imediatamente algo na obra. Ele sempre admite-se um leitor qualificado.

Na literatura de auto-ajuda a falta de entendimento praticamente não acontece. O objetivo ali não é produzir nada novo através da linguagem. Tem objetivo de apenas veicular uma mensagem que poderia ser gravada num cd ou num vídeo. Aliás, muitos homens do ramo perceberam isso e já o fazem. As editoras, que são empresas interessadas no lucro, serão as encarregadas de maximizar os ganhos por vender esta imagem de sabedoria - seja ela escrita pelo Dalai Lama, seja por um Phd qualquer que ninguém conhece.

Por isso, vejo a discussão sobre o pequeno espaço que a literatura - ou a crítica literária - possui nos jornais e revistas como algo improfícuo. Falar da ampliação desses espaços sem falar no esforço de qualificação do leitor é apenas arranhar o problema. Este é apenas um sintoma, não a causa. Também acredito que nunca se conseguirá uma ampliação satisfatória no número de livros vendidos se os leitores não estiverem habilitados a se interessarem por livros que utilizam a linguagem dum modo mais avançado. Pessoas com boa renda ainda acharão poesia um monte de bobagens, se só estiverem habilitadas a ler objetivamente. Num cenário como este é quase impossível imaginar alguém vivendo somente por produzir literatura. E o futuro parece ser ainda pior.

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

Como Não Concordar com Ele?

"Já disse e repito: se admiro autores novos não é porque constam de uma antologia que os trata como vinhos azedos de determinada safra. Nem tampouco porque têm vinte anos e já sabem usar mesóclise. Muito menos porque transaram com cinco mil, cheiraram uma tonelada de cocaína ou passaram fome para comprar um ingresso para o show da bandinha da moda. Nada disso me importa. Se admiro autores novos (e admiro um ou dois nomes, se tanto) é porque já mostraram, em livro, do que são capazes. E isso não tem nada a ver com reconhecimento do mercado. Nem tampouco com a última moda da internet. Admirar um autor novo significa projetá-lo (e projetar-se) no tempo, para um futuro longínquo (vinte, cinqüenta anos), e continuar admirando, lembrando da história e dos personagens, às vezes fazendo paralelo entre a vida e o livro.

É difícil, mas um autor bom consegue. E este é que deveria ser o norte dos autores novos."


Paulo Polzonoff Jr - com uma perspicácia impressionante - fala sobre os chamados 'autores novos', no Digestivo Cultural. Clique aqui e leia o texto "A literatura sem velhos ou novos". Recomendo muito.

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

08 maio 2006

Lançamento: "Um Defeito de Cor"

Ana Maria Gonçalves lançará no dia 12/05 seu livro "Um Defeito de Cor" na livraria Dom Quixote. Leia o que o Idelber escreveu sobre o livro aqui. Este lançamento não dá pra perder, né?

Compre seus livros através deste blog, clicando aqui.

Machado de Assis - um Bom Plagiador?

"Já na advertência ao leitor [em "Memórias Póstumas de Brás Cubas'], o que Machado faz é enumerar as suas leituras."

A idéia do "autor como plagiário", diz Castro Rocha, não é dele, pois já aparece nos textos do próprio escritor, no século 19. "Eu retirei a expressão do Machado. "A Revolução Francesa e o Otelo estão feitos. Nada impede que esta ou aquela cena sejam retiradas para outras peças. E assim se cometem, literariamente falando, os plágios." Isso é do Machado", afirma o crítico.

"O plagiário como criador não pode ser senão o escritor que tem como inspiração principal a biblioteca. É o autor como leitor."


Notícia do jornal "Folha de São Paulo".
Subscribe with Bloglines